Antes de avançar, queria referenciar um aspecto que falhou logo nos primeiros dias e só posteriormente nos apercebemos disso. Por força de termos o N.Y. Pass, e querendo tirar partido das ofertas de tours que nos dão, acabamos por ficar condicionados e perder algo que nos dias seguintes já não foi possível recuperar por falta de tempo.
É assim: Devido a uma afluencia enorme de turistas, por uma questão de organização e controle, é-nos pedido que esses tours (Downtown T, Brooklyn T, Uptown treasures e Harlem T, Night T.), sejam feitos nos primeiros 3 dias a partir da data de início de utilização do Pass. Como esses tours dão acesso a grande parte dos locais turísticos mais procurados, tivemos de optar por explorar as zonas mais emblemáticas nos primeiros dias que coincidiram com o fim de semana. Contou também o facto de a meteorologia prever chuva nos últimos dias da estada. Ver parques, observatórios panorãmicos e ilhas com chuva não nos parecia tão apelativo.
Assim a nossa escolha de programa nos primeiros dias arrastou 2 inconvenientes que foram:
1º- Estivemos na zona financeira em 2 dias que não à semana e perdemos a mágica dessas ruas e seu ambiente bem mais trepidante em dias de funcionamento das empresas e da Bolsa.
2 - Por outro lado no Empire State Building que optamos por visitar no 1º dia, aguardamos que se fizesse noite para ver a cidade iluminada, mas com os escritórios encerrados, os arranha céus, não tinham o aspecto feérico que deve ter em dias de trabalho.
E bem, só para quem pense viajar par esta cidade pela 1ª vez, achei este aspecto relevante.
E continuando...
Depois de abandonarmos a zona do "Ground Zero", continuamos a caminhar por entre arranha céus em direcção ao coração do Distrito Financeiro, ou seja WALL STREET. Estávamos assim a percorrer a ponta da ilha de Manhattan, onde o moderno se harmoniza tão bem com o antigo. Construções e Monumentos da era colonial coabitam em harmonia com os arranha céus modernos, envidraçados e brilhantes.
Somos chegados então a Trinity Church, santuário de estilo neo-gótico, construido em 1846 e que antes da época dos arranha céus era o edifício mais alto da cidade, pois o seu campanário com 86 m de altura, servia de ponto de referência então para os navios que aportavam à cidade. Trinity Church, uma das paróquias mais antigas do país, fica mesmo à entrada de Wall Street.

Wall Street, em plena zona financeira, abriga a maior Bolsa de Valores do mundo. Aqui fica o centro nevrálgico das finanças mundiais.
Quando os primeiros colonos holandeses em 1624, aportaram a esta ilha, coberta de florestas, fundaram a colónia depois de terem comprado a ilha aos índios que lá viviam. Estabeleceram então um limite a norte da cidade para se protegerem dos mesmos e posteriormente dos ingleses. Esse limite era definido por uma paliçada (Wall) de madeira e logo a rua que passava junto à paliçada ficou com o nome de Wall Street. Data assim este famoso nome de então.
A Bolsa de Valores ocupa um prédio de 17 andares, foi construido em 1903 e a sua fachada é neo-clássica. Entrar lá dentro e observar uma sessão na galeria dos visitantes, foi um espectáculo supostamente fascinante que eu perdi senão por outras razões, mas talvez mais por ser fim de semana e a Bolsa estar fechada, tal como não pude entrar em Trinity Church por estarem a decorrer cerimónias religiosas...
Um pouco abaixo do edifício da Bolsa fica uma loja da Tiffany´s. Não é a loja onde se desenrolou a história do livro e depois filme de Truman Cappote, " Breakfast at Tiffany´s, em português "Boneca de Luxo", protagonizada por Audrey Hepburn, essa loja fica na quinta avenida, mas esta em Wall street está estratégicamente situada, para aqueles que auferem grandes ganhos na bolsa, depois das sessões irem comprar as prendas para a família, amigos e amigas, especialmente...Não resisti a entrar na loja, para apreciar a beleza e o brilho dos diamantes...ver, para mim, é um real prazer, à falta de melhor!!!ter também não é básico...
Ver toda a gente feliz é mais gratificante...com justiça social...
Em frente do edifício da Bolsa e do cruzamento de Wall St. com Broad St. fica o Federal Hall, monumento nacional que foi construido em 1834 e é um dos mais belos clássicos edifícios de N. Y. Ali, no cimo da escada, está uma estátua de George Washington. Foi ali que este tomou posse como 1º presidente dos Estados Unidos em 1789. Mais outro monumento cujo interior não visitei e onde é usual fazerem-se exposições sobre a Constituição dos E.U.

De seguida, por entre ruas, que se não fossem alguns edifícios super altos pelo meio, julgaríamos estar numa cidade europeia, caminhamos para a marginal de Battery Park, um parque junto à baía, cheio de estátuas e memoriais, para no terminal de ferries, apanhar o ferry para Staten Island.

Staten Island, uma das áreas de N. York, é uma ilha que fica em frente a Manhattan e é banhada pela baía de N. York.
Este passeio de ferry é famoso porque é o único meio de transporte gratuito que há em N.Y. Funciona 24 horas por dia. Possibilita a quem não queira dispensar dinheiro para ir à ilha da Liberdade, ver a estátua da Liberdade bem de perto, assim como vistas magníficas de Manhattan ao longe, as pontes, lindas paisagens portuárias tanto na ida como na volta e não esquecendo Nova Jersey, que fica na margem esquerda do Rio Hudson, no lado oposto a Manhattan. Tudo isto de dia e de noite.
Depois deste passeio de ferry, passamos à zona de South Street Seaport, aqui agora já virados para o rio East. Trata-se de uma zona portuária antiga. No sec. XIX, era aqui que se acolhiam os navios de todo o mundo. Tem um encanto que lhe vem desses tempos, em que estava pejada de navios e marinheiros.
Esta zona sofreu uma grande recuperação e agora tem um museu, que dá conta da história marítima de N. Y., muitas lojas e restaurantes aonde afluem os que trabalham em Wall Street e arredores para comerem em dias de semana, não falando nos turistas. Hoje voltou a fervilhar de movimento, depois de uma grande época de degradação. Daqui se avistam panoramas espectaculares, nomeadamente a Ponte de Brooklyn. No cais estão ancorados navios históricos, o Ambrose, Peking e o Pioneer, que é um veleiro que faz ainda cruzeiros no rio.



O South Street Seaport com o PIER 17 mais a Ponte de Brooklyn, vistos da ponte de Manhattan. PIER17, é um pavilhão em aço e vidro onde se alojam bares, lojas e restaurantes.
De Hop on Hop off retomamos o nosso percurso em direcção a China Town e Little Italy, percorrendo a 1ª Avenida, locais onde se localizam as 2 maiores comunidades estangeiras de N.Y., e onde se podem apreciar, além dos restaurantes e a sua gastronomia específica, muitas galerias, lojas de antiguidades, etc.




A partir daí passamos pelo edifício das Nações Unidas e pelo famoso hotel Waldorf Astória em Park Avenue, um dos mais prestigiados hotéis de todo o mundo, por onde passaram e passam reis, presidentes e personagens famosas, ricas e glamorosas da história deste mundo, especialmente do sec. XX. Daqui também nos foi dado avistar o Chrysler Building, um dos edifícios que mais se sobressai no cenário de N.Y.. E em pouco tempo estávamos no Rockfeller Centre. Aqui voltarei posteriormente.


Mas a parada do dia não acabou por aqui. Na sequência deste pedaço de tour, ainda continuamos até ao Empire State Building. Mas este post já vai tão longo quanto foi este dia, que vou reservar para uma 3ª parte a visita a este edifício.
(a continuar...)
Texto e fotos: Lu